O património cultural e o turismo sustentável partilham uma relação mutuamente benéfica. O turismo gera receitas que podem ser reinvestidas na conservação e restauro dos sítios patrimoniais, enquanto o envolvimento dos visitantes incentiva as comunidades a valorizar e manter as suas práticas culturais. O turismo sustentável também impulsiona o desenvolvimento económico local e o empoderamento comunitário. Cria empregos nas áreas de guias, hotelaria, artesanato e eventos culturais, promovendo o empreendedorismo local e reduzindo as fugas económicas para agentes externos. A venda de alimentos ou artesanato tradicionais não só gera rendimento, como também contribui para a preservação das práticas culturais.

Além disso, o turismo revitaliza tradições, ao incentivar as comunidades a manter festivais, rituais e artesanato, transformando a identidade cultural num recurso vivo. Os festivais culturais anuais, por exemplo, mantêm viva a dança, a música e a narração oral locais, ao mesmo tempo que atraem visitantes. O património cultural diferencia os destinos, atraindo turistas em busca de experiências autênticas e favorecendo um turismo de nicho e culturalmente rico em detrimento do turismo de massas. Ao valorizar sítios menos conhecidos e produtos culturais únicos, o património contribui para a diversificação da oferta turística e dos destinos. Esta abordagem também ajuda a desconcentrar o turismo, reduzindo a pressão sobre as áreas sobrelotadas e distribuindo os benefícios económicos de forma mais equilibrada entre as regiões.

No entanto, o património é frágil e vulnerável tanto a pressões antrópicas — como o excesso de turismo, a poluição ou o desenvolvimento inadequado — como a riscos naturais, como as alterações climáticas e a erosão. O monitorização dos impactos do turismo é essencial para proteger estes sítios e garantir que as atividades dos visitantes não comprometem a sua integridade. A salvaguarda do património exige a integração de estratégias de proteção com o turismo sustentável, o que reforça a autenticidade e competitividade do setor turístico, ao mesmo tempo que gera benefícios duradouros para as comunidades, as economias e as gerações futuras.

Este estudo adota uma metodologia integrada, combinando análise geoespacial, observações in situ, documentação fotográfica, entrevistas e outros dados qualitativos e quantitativos. Em conjunto, estes métodos sustentam a avaliação de vulnerabilidades, a gestão adaptativa e o monitorização a longo prazo. A resiliência depende de uma conservação integrada, de estratégias adaptativas e de um forte envolvimento comunitário, garantindo que o património e o turismo se desenvolvem em harmonia e que os valores culturais e naturais sejam preservados para as gerações futuras.

Grupo de investigação: Territórios e Organizações para o Desenvolvimento Sustentável (TODS)