A sustentabilidade do Sistema Nacional de Saúde (SNS) em Portugal enfrenta desafios complexos, resultantes da crescente procura de cuidados de saúde, da escassez de recursos (humanos, materiais e financeiros) e das concomitantes questões éticas envolvidas na priorização de cuidados e tratamentos. O envelhecimento da população e o aumento das doenças crónicas, amplamente influenciados pelos estilos de vida modernos têm aumentado significativamente a pressão sobre o SNS. No contexto desportivo, particularmente no futebol, as lesões dos jogadores representam uma carga adicional na procura de cuidados de saúde. O tratamento de lesões, muitas vezes resultantes de sobrecarga física e programas de treinos inadequados, requer uma alocação significativa de recursos de saúde, incluindo fisioterapia, cirurgias e reabilitação. Além destes dois fenómenos promotores de uma crescente procura de recursos da saúde, o turismo de saúde, fenómeno crescente em Portugal, adiciona outra camada de complexidade. Tem-se verificado um turismo massificado de doentes estrangeiros que vem a Portugal utilizar gratuitamente o SNS comprometendo o acesso de cidadãos portugueses aos serviços de saúde, já limitados pela escassez de recursos humanos, financeiros e materiais.

Diante desses desafios, a sustentabilidade do SNS exige não só uma melhor gestão de recursos, mas também uma abordagem integrada, que inclua a promoção de estilos de vida saudáveis, a prevenção de lesões no desporto, e uma regulamentação mais eficaz do turismo de saúde para garantir um sistema de cuidados de saúde públicos mais eficiente e equitativo capaz de atender à procura crescente sem comprometer a sua missão central de servir a todos.

Grupo de investigação: Territórios e Organizações para o Desenvolvimento Sustentável (TODS)